A jornada na busca de estilo com as minhas 9 mais poderosas lições sobre a vida
Toda a jornada que
venho traçando para ser a pessoa que eu quero ser (leia-se para ser
verdadeiramente e 100% do tempo eu mesma) tem sido me trazido muita coisa para
pensar, muitos aprendizados, novas percepções e mudanças. Pois bem, se tem uma coisa
que me deixa mais confiante é estar me sentindo bem com o que estou vestindo. A
verdade é que eu sempre comprei peças aleatórias e nunca pensava antes de
comprar. O processo lógico que eu usava para compras sempre foi: 1. Olha que blusinha
bonita; 2. Qual o preço? 3. Cabe em mim? Fim. O que venho descobrindo é que
existe um universo mais amplo que isso.
Desde que eu venho
tentando me melhorar, eu tento não só aceitar que eu sou um monte de coisas, mas
muitas delas eu preciso sentir que eu sou, eu preciso ingerir, digerir e
absorver aquela ideia de mim mesma. São realidades que muitas vezes a gente
sabe, mas por causa das inseguranças, talvez, a gente meio que se esquece
delas. E o que eu venho tentando fazer é por em prática. Meu processo de
raciocínio para absolver qualquer conhecimento é o velho combo teoria-prática.
Assim, não basta saber que sou bonita, eu tenho que me sentir bonita. E eu
tenho 3 jeitos de me sentir bonita: cabelo - maquiagem - roupas (leia-se roupa
como tudo que fica próximo ao corpo, seja uma blusa, um brinco, uma bolsa ou
uma passadeira).
Faz algum tempo que tenho me questionando se as mudanças que eu queria na minha
vida eram por que eu precisava que algo mudasse para ser eu mesma ou se queria
que algo mudasse para ver se eu virava eu mesma. Não sei se dá para entender a
leve diferença, mas o que eu sempre dizia para minha psicóloga era que eu não
sabia se eu queria mudar aquilo por que eu precisava daquilo ou por que eu
talvez achasse que mudando aquilo algo magicamente mudaria na minha vida. O que
ela sempre me disse é que a mudança deve vir de dentro para fora. No final das
contas eu tenho que sentir que preciso daquilo pelos motivos certos. Eu não
preciso de uma mudança na minha vida para mudar quem eu sou, eu preciso saber
quem eu sou para mudar minha vida. E eu me senti assim quando decidir pensar
mais a respeito do meu visual.
A coisa toda começou
com o fato de que eu sempre senti que tinha muita roupa. Isso me incomodava por
que eu não acho que preciso de tanta roupa assim. Quando comecei a enxergar o quanto eu me
cobrava na vida, eu percebi que eu entulhava minha vida de coisas por causa
dessas cobranças. E depois disso estou tentando me livrar aos poucos das coisas
que não são verdadeiramente a Samy, ou que já não fazem mais sentido. Acho que
tudo meio que começou com meus papéis e livros, mas aos poucos foi se
estendendo.
Mas eu não comecei
assim como a rainha do desapego, me livrando de tudo não. Primeiro eu precisei separar o que eu
achava que fazia sentido para mim do que não fazia mais. Aí eu deixava um tempo
maturando para ter certeza que não foi apenas um arroubo de destralhe e depois,
aos pouco mesmo, eu ia mandando coisa por coisa, peça por peça embora.
Em relação a roupa,
primeiro eu pensei em tentar um guarda-roupas cápsula, que vi com a galera do
minimalismo. Eu sempre achei que tinha muita roupa e determinei um número X de
peças eu teria no meu guarda-roupas e fui garimpando looks. Eu separava looks
já prontos para usar durante a semana e tentar não precisar gastar tanto tempo
escolhendo roupa. Gosto da ideia de ter looks pré montados, mas a verdade é que
não é por que o look está montado, que eu acordo aquele dia com vontade de usar
aquelas peças. Às vezes está chovendo e eu tinha separado um look mais fresco. Às vezes
eu tinha separado um look chic com salto e acabou que tive que ir para o
trabalho de ônibus. E tá tudo bem. Eu comecei essa história de cápsula bem
liberal, sem restrição de só pode 20 peças ou de não posso pegar uma peça
durante a semana que não estava nas que separei guarda roupas. Eu tentava manter o propósito da coisa, mas não foi nada
engessado. Entretanto, eu meio que me sentia um pouco tolhida com os looks já prontos.
O que eu faço agora é tentar pensar na noite anterior, antes de dormir, ao
invés já deixar tudo pronto a semana toda. Mesmo assim ainda acontece aquele
dia que eu acordo e não quero usar o que separei na noite anterior e tá tudo
bem.
Uma coisa que eu
percebi que me ajudou a desapegar das roupas foi ter um guarda-roupas 4 portas
(rs). Quando optei pelo guarda-roupas
capsula, eu separei as roupas ia usar em duas portas e as que não faziam parte
da cápsula nas outras 2. A verdade foi que tinha muita coisa que estava nas 2
portas que eu não usava, que esquecia que tinha e no final das contas nem fazia
tanta diferença na vida. Isso ajudou a saber o que roupa de fato eu gostava.
Meu namorado sempre
questiona uma mania que eu tenho de: se custou dinheiro eu mantenho aquilo na
minha vida, mesmo sem lógica alguma. Acontece muito com comida. Se eu compro um
sanduíche e descubro que não gostei, na minha cabeça eu tenho que comer até o final por que custou dinheiro.
Qual a lógica? E já apliquei essa lógica com roupa também. Na verdade, eu acho que é
bem mais profundo. Talvez me desfazer de algo, seja comida ou roupa, seja visto
na minha mente como uma decisão mal tomada. E aí
entra a Samy que se cobra dizendo coisas negativas como: Você não é capaz de
fazer suas escolhas sozinha, por que sempre escolhe errado. Talvez esse seja um
dos meus maiores medos na vida, não conseguir fazer minhas próprias escolhas
sozinha, ou melhor não ser capaz de fazer boas escolhas sozinhas. E esse medo
vem justamente por que eu me cobro demais no sentido de que todas as minhas escolhas tem que ser
certas. A Samy que vos fala DETESTA errar e por isso se cobra demais, a ponto
de não ser ela mesma para evitar cometer erros, a ponto de silenciar a sua
própria voz. Eu venho fazendo isso a tanto tempo, que as vezes acho que
esqueço quem eu sou. Viro aquele robozinho que alguém programou para
fazer um certo tipo de coisa categorizada pelo programador como a coisa certa.
E esse programador nunca sou eu, não conscientemente ao menos.
A parte legal de descobrir isso tudo é que tomar consciência te permite fazer algo a respeito (esse processo de consciência é meio mágico!). Assim, consciente desse meu
hábito, eu comecei todo processo
de auto identificação visual me livrando do que não fazia sentido. Tipo, aquela
blusa que é bonita, casa em vários looks, mas que eu tenho que passar o dia
ajeitando-a no corpo. Aquela calça que parece ser muito prática e versátil, mas
que não faz eu me sentir segura por que tem um cós muito baixo.
A lógica que eu
tenho usado para separar o que faz sentido, ou não, é uma mistura de raciocínio
analítico e emocional. Eu analiso aquela coisa no meu dia-a-dia, penso
logicamente por que faz sentido ou não manter aquilo (incluo aqui muitas vezes
a minha tão amada lista de prós e contras) e depois uso a técnica da Marie
Kondo, que tenho que confessar que me parece meio brega, mas que funciona pra
mim e é isso que vale no final das contas. A técnica nada mais é que se
perguntar se aquilo te traz alegria. Se aquilo não te traz alegria, praticidade
ou é importante por algum motivo, qual a lógica de manter aquilo na sua
vida? Eu ter que ficar me preocupando
com o meu cofrinho não é algo que me deixa feliz e não é nada prático. Adiós
calça. Assim, pouco a pouco vou selecionando apenas coisas que valem a pena.
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