Sobre criar

by - 15.1.18

Cá estou eu no meu notebook pensando sobre o que escrever. Na real, não sinto vontade de escrever sobre nada, mas sinto como se eu precisasse escrever. Como se fosse uma obrigação. Uma obrigação criada na minha cabeça, diga-se de passagem. Minha cabeça cria coisas estranhas de vez em quando.

Minha psicóloga disse hoje para eu tentar focar no presente e me passou o exercício de tentar ficar o mais no presente possível, mesmo que eu tenha que verbalizar isso. Pois bem, foi o que me fez escrever estas linhas. 

Deitada na cama, eu vago com os olhos pelas coisas que estão na minha frente, pelo meu presente. Enquanto escrevo, minha nova caixa de som está tocando algumas músicas. Ela tem luzinhas que piscam e mudam de acordo com a batida da música. Já mostrei no instagram (@samypteixeira pra quem não ainda não segue). Me dei a caixinha de natal, com o cupom que recebi no acordo que fiz no processo judicial contra a Multilaser. 

Com o notebook deitado em meu colo a próxima coisa que me chama a atenção é caixa de óculos de sol que ganhei de natal e esperei usar quando fizesse a minha cirurgia a laser agora nas férias. A caixa retangular rosa choque que tem uns cortes que me lembram os de um diamante se manterá ainda por algum tempo sem uso na minha mesa.

Todas essas coisas possuem histórias. A história do processo contra a empresa, a história da cirurgia, a história da minha psicóloga. As histórias sempre estiveram presentes na minha vida. Quando era criança queria ser escritora, criar histórias. Me orgulhava de nunca ficar entediada, pois minha mente era capaz de me transportar para muitos mundos ao menor sinal de ociosidade. Ainda tenho algumas histórias que escrevi guardadas no meu armário. Talvez por isso tive blog, vários deles. Talvez por isso ainda tenha esse.

Tenho também uma fita de uma gravação que fiz com a câmera do meu avô. Era uma entrevista de mim comigo mesma, onde dizia que queria ser escritora quando crescesse. Sim, na vida eu descobri que eu podia contar histórias com imagens e sons. Quando pequena gravava vídeos de comerciais, jornalzinhos e entrevistas. Na menor oportunidade que tinha de transformar qualquer trabalho escolar em vídeo, eu agarrava. Talvez por isso tenho canal no Youtube. Era fácil ter assunto, era fácil criar. 

Crescer foi um processo de desaprender a criar. Quando criei meu canal no youtube eu já não sabia o que criar, mas eu ainda criava. A cada dia me faltavam ideias, mas se mantinha o orgânico impulso de criar. 

Minha psicóloga me disse também que nossa mente é igual ao nosso corpo. Quando a gente só come comida ruim, nosso corpo fica doente. Então, quando só nos alimentamos de pensamentos ruins, também adoecemos a mente. Comecei a criar coisas estranhas, como a obrigação de criar. Como neuras, inseguranças, ansiedades e ideias destrutivas.

Espero que em 2018 eu aprenda aos poucos como voltar a criar coisas positivas e que esse blog me permita compartilhar as histórias que esse aprendizado irão gerar (pode me chamar de Sherazade, rs). Afinal, seja em texto ou em vídeo, criar faz parte de quem eu sou. Compartilhar o que eu crio faz parte do meu propósito. E a internet é a minha casa. Seja bem vindo ao SamSamySam.

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